Por: Jandara Souza – Gestão de Carreiras –
Cada vez mais se tem discutido sobre as competências e/ou requisitos fundamentais para ser um líder. Pensando nisso, desenvolvemos uma pesquisa inicial com objetivo de dar um start para tratar sobre este grande tema, já que há inúmeros assessorados interessados em seguir este tipo de carreira. Porém, antes de falar sobre as competências, é importante trazer a definição dessa palavra. Mas afinal, o que é liderança?
De acordo com o dicionário Aurélio, liderança significa comando, direção, hegemonia. Normalmente, o líder é comparado com a figura de chefe, porém há uma diferença significativa entre os dois conceitos, o que acaba influenciando no andamento do trabalho das organizações. Há inúmeras pesquisas e matérias que falam que chefe é aquela pessoa que dá ordens, sem levar em consideração a opinião de sua equipe, agindo com autoritarismo e superioridade. Já o líder geralmente é aquela pessoa que inspira seus colaboradores, divide a responsabilidade entre todos, tendo um relacionamento mais positivo e assertivo. Portanto, este artigo de opinião, trará aspectos em relação às competências do que chamamos de líder.
Coletamos ao longo dos últimos meses, dez opiniões de pessoas que ocupam ou ocuparam um cargo de liderança em algum momento da vida sobre este amplo tema. A partir da opinião dos participantes e da análise dos resultados, os requisitos principais para uma posição de liderança foram divididos em três esferas: foco no outro, foco no negócio e foco no eu.
Foco no outro:
Está relacionado à capacidade que a pessoa tem de se relacionar com os demais colegas e/ou superiores e engajar-se com a equipe de uma forma geral. Além disso, diz respeito à habilidade de se colocar no lugar do outro, isto é, ter uma postura mais empática, dando e recebendo feedbacks e comunicando-se de forma mais assertiva, sabendo o momento certo para falar e ouvir. O líder é visto como exemplo e inspiração para todos os colaboradores da organização. Um dos participantes de nossa pesquisa refere que “inspirar e atingir resultados através das pessoas com visão estratégica” é de extrema importância, assim como “o desejo de servir as pessoas, de contribuir e de estar disponível, sendo referência para o time. Ao assumir uma posição de gestão, estamos assumindo uma responsabilidade grande de desenvolver e potencializar os talentos de outras pessoas”.
Foco no negócio:
Diz respeito à competência que a pessoa tem ao exercer seu papel de liderança, com visão estratégica e sistêmica, tomando de decisões assertivas, com o objetivo de atingir os resultados e metas propostos. É preciso ter conhecimento sobre sua área de atuação e sobre o mercado. O líder, de acordo com outro participante, “é um profissional capaz de enxergar e pensar o todo de um negócio”. Também se pode citar a proatividade, iniciativa, dinamismo e o conhecimento técnico como facilitadores para assumir um cargo de Liderança.
Foco no eu:
Refere-se à pessoa como protagonista de sua própria carreira, ou seja, assumindo responsabilidade pelas suas escolhas, buscando desenvolvimento constante e utilizando da automotivação para alcançar seus objetivos. Ainda, fatores como resiliência, maturidade, inteligência/equilíbrio emocional são desenvolvidos a partir da experiência/vivência prática, que normalmente é adquirida ao longo da trajetória profissional.
Atualmente há diversas publicações sobre este assunto, mas a meu ver a cultura organizacional, o porte da empresa, os valores e até mesmo a missão influenciam diretamente nas competências e/ou requisitos solicitados para um perfil de liderança. O que eu quero dizer com isso é que essas competências não são estanques, mas podem mudar a partir das transformações de cada organização. No início da minha carreira, tive a oportunidade de coordenar duas estagiárias em uma consultoria de pequeno porte e percebi que foi um período de crescimento e aprendizado mútuo e contínuo. Com essa experiência, penso que a capacidade de dar e receber feedback, de se colocar no lugar do outro e de resiliência, ou seja, de superar as dificuldades e aceitar que os erros vão ocorrer por mais cuidadosos que sejamos, foram essenciais para o meu desenvolvimento pessoal, profissional e também aperfeiçoamento como supervisora.
Com tudo isso, pode-se concluir que saber liderar não é fácil, o conhecimento técnico é fundamental, mas a experiência prática, do dia a dia, faz toda a diferença para o cargo, auxiliando positivamente no aprimoramento das competências básicas para ocupar uma função de liderança. Ao escrever este artigo, me deparei com a frase abaixo, que consegue traduzir e concluir em poucas palavras a minha percepção acerca dessa temática.
“Uma boa liderança é sobre experiências humanas. Não é uma fórmula ou programa, é uma atividade humana que vem do coração e leva em consideração os corações de outras pessoas. É uma atitude, não uma rotina.” – Lance Secretan, professor e especialista em liderança.
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